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sexta-feira, 25 de junho de 2010


Havia, ao lado do poço, a ruína de um velho muro de pedra. Quando voltei do trabalho, no dia seguinte, vi, de longe, o principezinho sentado no alto, com as pernas balançando. E eu o escutei dizer:
- Tu não te lembras então? Não foi bem aqui o lugar!
Uma outra voz devia responder-lhe, porque replicou em seguida:
- Não; não estou enganado. O dia é este, mas não o lugar…
Prossegui o caminho para o muro. Continuava a não ver ninguém. No entanto o principezinho replicou novamente:
- … Está bem. Tu verás onde começa, na areia, o sinal dos meus passos. Basta esperar-me. Estarei ali esta noite.
Eu me achava a vinte metros do muro e continuava a não ver nada. O principezinho disse ainda, após um silêncio:
- O teu veneno é do bom? Estás certa de que não vou sofrer muito tempo?
Parei, o coração apertado, sem compreender ainda.
- Agora, vai-te embora, disse ele… eu quero descer!
Então baixei os olhos para o pé do muro, e dei um salto! Lá estava, erguida para o principezinho, uma dessas serpentes amarelas que nos liquidam num minuto. Enquanto procurava o revólver no bolso, dei uma rápida corrida.
Mas, percebendo o barulho, a serpente se foi encolhendo lentamente, como um repuxo que morre. E, sem se apressar demais, enfiou-se entre as pedras, num leve tinir de metal.
Cheguei ao muro a tempo de receber nos braços o meu caro principezinho, pálido como a neve.
- Que história é essa? Tu conversas agora com as serpentes?
Desatei o nó do seu eterno lenço dourado. Umedeci-lhe as têmporas. Dei-lhe água. E agora, não ousava perguntar-lhe coisa alguma. Olhou-me gravemente e passou-me os bracinhos no pescoço. Sentia-lhe o coração bater de encontro ao meu, como o de um pássaro que morre, atingido pela carabina. Ele me disse:
- Estou contente de teres descoberto o defeito do maquinismo. Vais poder voltar para casa…
- Como soubeste disso?
- Eu vinha justamente anunciar-lhe que, contra toda expectativa, havia realizado o conserto!
Nada respondeu à minha pergunta, mas acrescentou:
- Eu também volto hoje para casa…
Depois, com melancolia, ele disse:
- É bem mais longe… bem mais difícil…
Eu percebia claramente que algo de extraordinário se passava. Apertava-o nos braços como se fosse uma criancinha; mas tinha a impressão de que ele ia deslizando verticalmente no abismo, sem que eu nada pudesse fazer para detê-lo…
Seu olhar estava sério, perdido ao longe:
- Tenho o teu carneiro. E a caixa para o carneiro. E a mordaça…
Ele sorriu com tristeza.
Esperei muito tempo. Pareceu-me que ele ia se aquecendo de novo, pouco a pouco:
- Meu querido, tu tiveste medo…
É claro que tivera. Mas ele sorriu docemente.
- Terei mais medo ainda esta noite…
O sentimento do irreparável gelou-me de novo. E eu compreendi que não podia suportar a idéia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto.
- Meu bem, eu quero ainda escutar o teu riso…
Mas ele me disse:
- Faz um ano esta noite. Minha estrela se achará justamente em cima do lugar onde eu caí o ano passado…
- Meu bem, não será um sonho mau essa história d serpente, de encontro marcado, de estrela?
Mas não respondeu à minha pergunta. E disse:
- O que é importante, a gente não vê…
- A gente não vê…
- Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas.
- Todas as estrelas estão floridas.
- Será como a água. Aquela que me deste parecia música, por causa da roldana e da corda… Lembras-te como era boa?
- Lembro-me…
- Tu olharás, de noite, as estrelas. Onde eu moro é muito pequeno, para que eu possa te mostrar onde se encontra a minha. É melhor assim, Minha estrela será então qualquer das estrelas. Gostarás de olhar todas elas… Serão, todas, tuas amigas. E depois, eu vou fazer-te um presente…
Ele riu outra vez.
- Ah! meu pedacinho de gente, meu amor, como eu gosto de ouvir esse riso!
- Pois é ele o meu presente… será como a água…
- Que queres dizer?
- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém…
- Que queres dizer?
- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!
E ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto… E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: “Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego…
E riu de novo.
- Será como se eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montões de guizos que riem…
E riu de novo, mais uma vez. Depois, ficou sério:
- Esta noite… tu sabes… não venhas.
- Eu não te deixarei.
- Eu parecerei sofrer… eu parecerei morrer. É assim. Não venhas ver. Não vale a pena…
- Eu não te deixarei.
Mas ele estava preocupado.
- Eu digo isto… também por causa da serpente. É preciso que não te morda. As serpentes são más. Podem morder por gosto…
- Eu não te deixarei.
Mas uma coisa o tranqüilizou:
- Elas não têm veneno, é verdade, para uma segunda mordida…
Essa noite, não o vi pôr-se a caminho. Evadiu-se sem rumor. Quando consegui apanhá-lo, caminhava decidido, a passo rápido. Disse-me apenas:
- Ah! estás aqui…
E ele me tomou pela mão. Mas afligiu-se ainda:
- Fizeste mal. Tu sofrerás. Eu parecerei morto e não será verdade…
Eu me calava.
- Tu compreendes. É longe demais. Eu não posso carregar este corpo. É muito pesado.
Eu me calava.
- Mas será como uma velha casca abandonada. Uma casca de árvore não é triste…
Eu me calava.
Perdeu um pouco de coragem. Mas fez ainda um esforço:
- Será bonito, sabes? Eu também olharei as estrelas. Todas as estrelas serão poços com uma roldana enferrujada. Todas as estrelas me darão de beber…
Eu me calava.
- Será tão divertido! Tu terás quinhentos milhões de guizos, eu terei quinhentos milhões de fontes…
E ele se calou também, porque estava chorando…
- É aqui. Deixa-me dar um passo sozinho.
E sentou-se, porque tinha medo.
Disse ainda:
- Tu sabes… minha flor… eu sou responsável por ela! Ela é tão frágil! Tão ingênua! Tem quatro espinhos de nada para defendê-la do mundo…
Eu sentei-me também, pois não podia mais ficar de pé.
Ele disse:
- Pronto… Acabou-se…
Hesitou ainda um pouco, depois ergueu-se. Deu um passo. Eu… eu não podia mover-me.
Houve apenas um clarão amarelo perto da sua perna. Permaneceu, por um instante, imóvel. Não gritou. Tombou devagarinho como uma árvore tomba.
Nem fez sequer barulho, por causa da areia.
- Os homens, disse o principezinho, se enfurnam nos rápidos, mas não sabem o que procuram. Então eles se agitam, ficam rodando à toa…
E acrescentou:
- E isso não adianta…
O poço a que tínhamos chegado não se parecia de forma alguma com os poços do Saara. Os poços do Saara são simples buracos na areia. Aquele, parecia um poço de aldeia. Mas não havia ali aldeia alguma, e eu julgava sonhar.
- É estranho, disse eu ao principezinho, tudo está preparado: a roldana, o balde e a corda.
Ele riu, pegou a corda, fez girar a roldana. E a roldana gemeu como gemem os velhos cata-ventos quando o vento dormiu por muito tempo.
- Tu escutas? disse o príncipe. Estamos acordando o poço, ele canta…
Eu não queria que ele fizesse esforço:
- Deixa que eu puxe, disse eu, é muito pesado para o teu tamanho.
Lentamente, icei o balde até em cima, e o instalei com cuidado na borda do poço. Nos meus ouvidos permanecia ainda o canto da roldana, e na água, que ainda brilhava, via tremer o sol.
- Tenho sede dessa água, disse o principezinho. Dá-me de beber…
E eu compreendi o que ele havia buscado!
Levantei-lhe o balde até a boca. Ele bebeu, de olhos fechados. Era doce como uma festa. Essa água era muito mais que alimento. Nascera da caminhada sob as estrelas, do canto da roldana, do esforço do meu braço. Era boa para o coração, como um presente. Quando eu era pequeno, todo o esplendor do presente de Natal estava também na luz da árvore, na música da missa de meia-noite, na doçura dos risos…
- Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim… e não encontram o que procuram…
- Não encontram, respondi…
- E no entanto o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d’água…
- É verdade.
E o principezinho acrescentou:
- Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração…

terça-feira, 22 de junho de 2010

filosofias de Gilnei Teixeira



Agora
                (filosofias de Gilnei Teixeira) ( escrito a alguns séculos atrás)
            Agora ando... Sim ando ainda capenga com meus sentimentos e emoções, pois o ser busca sempre o agora.
Agora ando... Sim ando como se andasse em meio de um pântano sobre uma grande lagoa onde a leiva baila como a onda, e não sei a que momento ela pode quebrar, ceder ao meu peso; peso de emoções conturbadas por meus princípios confusos.
            Agora sinto a falta de esclarecimento, auxilio.Mas como ser auxiliado?, pois ainda me sinto tão limitado.
 Não consigo andar sob as águas; e também não consigo levitar, ainda sou pesado, e a leiva parece ceder ao meu peso em minhas tentativas de andar sobre minhas pernas, mas elas não podem ser forçadas em demasia, pois sobrecarregariam a leiva; leiva de minha vida.
Agora vejo o como longe está à terra firme, que me falava um amigo.
Agora vejo que ainda tenho muitas alvoradas a ver em minha leiva flutuante, que hora se torna mais sólida e hora está a bailar, e me sinto como trapezista na corda bamba de um circo.
Por vezes a vontade é de me arremessar na cama elástica, mas tão logo direciono meu olhar para baixo, constato que não há cama elástica, e terei que suportar a dor e os ferimentos de minha desistência.
Agora peço que o Pai maior sopre, e que o vento de seus lábios possa impulsionar minha pequena ilha de leivas ainda envoltas em barro, lama e alguns fiapos de verde.
Mas hoje pude perceber que em meio desta leiva de sentimentos, começa a despertar uma pequena FLOR.
Sim Agora a vejo; é simples e pequenina, com formato arredondado e com pétalas maiores na parte de cima, ainda meio incolor, mas ela me inspira a acreditar nos sentimentos mais nobres que pairam sobre o ser.
Agora vislumbro a esperança; esperança de atracar em um porto seguro.
Sim; Agora tenho companhia que nada mais é do que sentimentos melhores, lhe darei o nome de Mingla, minha pequena flor da compreensão.
Mingla será o inicio de uma grande quebra de marés, juntos iremos bailar, sobre as ondas, hora mais fortes, hora mais amenas, mas o Sol sempre estará lá ansioso em nos banhar com seus raios de esperança.
Sim; Mingla irá florescer e junto dela cultivaremos outras belezas da natureza.
E quando atracar em um porto seguro já seremos um grande jardim e poderemos compartilhar com todos o perfume do amor, o mel da amizade, o verde do carinho e a beleza do Pai Maior.
Agora tenho Mingla como minha companhia para dias de trovão, raios e tempestades.
Mingla me ensinou que o trovão é o Pai tentando nos auxiliar e as tempestades suas mãos a afagar-nos os cabelos e a face.
Agora preciso parar de escrever e olhar o horizonte, sem jamais perder a esperança de divisar o grande planalto, onde eu e Mingla nos juntaremos aos nossos.
                         (filosofias de Gilnei Teixeira) ( escrito a alguns séculos atrás)
Gilnei Teixeira




sexta-feira, 18 de junho de 2010

Obsessões aos Trabalhadores Espiritas / mensagem do Espírito Cicero


A postura de pretensão-oposto da abnegação- nos serviços do Cristo tem criado inúmeras semeaduras valorosas com colheitas abundantes, entretanto, apresentam-se em desacordo com os programas do “joio” dos interesses pessoais que as sufocarão, mais cedo ou, mas tarde.
         Tomados de pretensão que acreditam serem positivas para os serviços da causa, alguns trabalhadores leais, porém individualistas e fechados em suas opiniões, que crêem expressar a verdade dos fatos, e que o melhor a ser feito pelo bem das realizações doutrinárias, inserindo no contexto espírita aquilo que, no seu entendimento, corresponde à melhor opção para os destinos de uma casa, atividade ou programa de trabalho.
         Convergem interesses e decisões que privilegiam seus pontos de vista, com os quais possam ter seus nomes realçados, evocando no futuro, a paternidade de tais feitos.
         A única pretensão justificável nos serviços do Mestre são as de servir e aprender. Fugindo disso, saímos da simplicidade com a qual devemos nos conduzir e iniciamos um processo complexo de criar mecanismos de controle e domínio que assegurem nossa marca individual em tudo e em todos, como se isso fosse a única garantia de sucesso e segurança.
         Essa simplicidade é o espírito de abnegação que nos coloca em sintonia com aquilo que represente anseios coletivos, não devendo chegar a ponto o bom senso e o direcionamento para metas necessárias. Essa simplicidade é a que nos conduz a repartir responsabilidades para não sobrecarregar e beneficiar o próprio rendimento da tarefa. Esta simplicidade é o Estado Intimo  de obediência e submissão fervorosa aos deveres de cada dia, sem o cultivo de ansiedades e aflições que, absolutamente, nada tem a ver com postura de quem serve incondicionalmente em nome de Jesus.
Enquanto há receios de perda, necessidade de auto-afirmação, controle possessivo nos serviços que participamos, lá estará presente de forma sutil ou ostensiva, individual ou coletiva, as pretensões do doentio personalismo germinando as ervas daninhas na seara que não nos pertence.
         Contra tal praga da alma, uma oportuna estratégia educacional poderá servir-nos de amparo: a formação de grupos afinados com o Evangelho estudado e vivido à luz dos princípios Espíritas.
         Jesus, o Mestre que bem nos conhecia, deu-nos a lição quando Ele próprio, senhor de si mesmo, chamou doze discípulos e os reuniu em torno de um ideal maior: amor ao próximo, a si e a Deus.
“ mas entre vós não será assim: antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal.” 10:43
                                                                                                                                      Cicero (espírito) w.s.o.
Mudanças só se efetuam com trabalho participativo, dialogo e tempo.


domingo, 13 de junho de 2010

Saudarei este dia com amor no coração.



 Saudarei este dia com amor no coração”.
                                                 ( Adaptação do texto OG Mandino, por Gilnei Teixiera)

Pois este é o maior segredo do êxito em todas as aventuras. Os músculos podem partir um escudo e até destruir a vida, mas apenas os poderes invisíveis do amor podem abrir os corações dos homens, e até dominar esta arte não serei mais que um mascate na feira. Farei do amor minha maior arma e ninguém que a enfrente poderá defender-se de sua força.
Podem opor-se ao meu raciocínio, desconfiar de meu discurso; podem desaprovar meus trajes; podem rejeitar meu rosto; e podem até suspeitar de meus negócios; contudo, meu amor enternecerá todos os corações, comparável ao Sol cujos raios suavizam o mais frio barro.
        Saudarei este dia com amor no coração.
E como o farei? De hoje em diante olharei todas as coisas com amor e renascerei. Amarei o Sol porque aquece os meus ossos; não obstante, amarei a chuva porque purifica meu espírito. Amarei a luz porque me mostra o caminho; não obstante, amarei a escuridão porque me faz ver as estrelas. Eu receberei a felicidade porque ela engrandece o meu coração; não obstante, tolerarei a tristeza porque abre a minha alma. Receberei de bom grado os obstáculos, porque eles são meu desafio.
           Saudarei este dia com amor no coração.
E como falarei? Enaltecerei meus inimigos e eles se tornarão amigos. Cavarei fundo, buscando razões para aplaudir; jamais arranjarei justificativas para maldizer. Quando tentado a criticar, morderei a língua; quando me decidir a elogiar alguém, falarei alto acima dos tetos.
Não é assim que os pássaros, o vento, o mar e toda a natureza falam com a música de louvor pelo seu criador? Não posso conversar no mesmo tom com seus filhos? De hoje em diante relembrarei este segredo e mudarei minha vida.
             Saudarei este dia com amor no coração.
E como agirei? Amarei todos os comportamentos dos homens, pois cada um tem qualidades para ser admirado, mesmo se estiverem ocultas. Com amor derrubarei o muro da suspeita e ódio que construíram em volta dos corações e, em seu lugar, construirei pontes para que meu amor possa entrar em suas almas.
Amarei as ambições, pois elas podem inspirar-me; amarei os fracassos, pois eles podem ensinar-me. Amarei os reis, pois eles são apenas humanos; amarei os humildes, pois eles são filhos de Deus. Amarei os ricos, pois eles são, não obstante, solitários; amarei os pobres, pois eles são muitos. Amarei os jovens, pela fé que têm; amarei os velhos, pela sabedoria que partilham. Amarei os formosos, por seu olhar de tristeza; amarei os feios, por suas almas de paz.
              Saudarei este dia com amor no coração.
Mas como reagirei às reações dos outros? Com amor. Pois, sendo a minha arma para abrir os corações dos homens, o amor é também o meu escudo para repelir as setas do ódio e as lanças da ira. A adversidade e o desencorajamento se chocarão contra meu novo escudo e se tornarão como as chuvas mais brandas. Meu escudo me protegerá na feira e me sustentará quando sozinho. Ele me reanimará em momentos de desespero e, contudo, me acalmará na exultação. Tornar-me-ei mais forte e mais protegido usando-o até o dia em que ele seja parte de mim, e andarei desembaraçado entre todos os comportamentos dos homens, e meu nome se erguera alto na pirâmide da vida.
           Saudarei este dia com amor no coração.
E como enfrentarei cada um que encontrar?
De apenas um modo. Em silêncio, e, para mim mesmo, dir-lhe- ei: “Eu Amo Você.” Embora ditas em silêncio, estas palavras brilharão em meus olhos, desenrugarão minha fronte, trarão um sorriso a meus lábios e ecoarão em minha voz; e o coração dele se abrirá
               Saudarei este dia com amor no coração.
E acima de tudo amarei a mim mesmo, pois, quando o fizer, zelosamente inspecionarei todas as coisas que entraram em meu corpo, minha mente, minha alma e meu coração. Jamais abusarei das solicitações da carne, mas, sobretudo, cuidarei de meu corpo com asseio e moderação. Jamais permitirei que minha mente seja atraída para o mal e o desespero, mas sobretudo a elevarei, com o conhecimento e a sabedoria das gerações. Jamais permitirei que minha alma se torne complacente e satisfeita, mas haverei de alimentá-la com meditação e oração. Jamais permitirei que meu coração se amesquinhe e padeça, mas compartilhá-lo-ei e ele crescerá e aquecerá a Terra.
              Saudarei este dia com amor no coração.
De hoje em diante amarei a humanidade. Deste momento em diante todo o ódio desaparece de minhas veias, pois não tenho tempo para odiar, apenas para amar. Deste momento em diante dou o primeiro passo necessário para me tornar um homem entre homens.
 Se nenhuma outra qualidade possuo, posso ter êxito apenas com o amor. Sem ele eu fracassarei, embora possua todo o conhecimento e as técnicas do mundo.
               Saudarei este dia com amor e terei êxito.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Líderes e líderes Coaching

O Gerente administra
- O Líder inova.
O Gerente conserva
- O Líder desenvolve.
O Gerente se apoia em sistemas
- O Líder em pessoas.
O Gerente conta com controles
- O Líder em confiança.
O Gerente faz certo as coisas
- O Líder faz a coisa certa.
(Revista Fortune).
Líderes e líderes
É preciso ter cuidado quando se fala em liderança, pois muita gente confunde essa característica com o simples ato de delegar tarefas, que está mais associado ao cargo de gerente.
Mas todo gerente é líder? Nem sempre. E nem todo líder é um gerente. Ficou confuso? Você já vai entender.
Um gerente, quando não tem o perfil de líder, preocupa-se apenas em delegar tarefas, de olho nos resultados, deixando o fator humano em segundo plano. O líder, por sua vez, tem comprometimento não só com o trabalho, mas também com sua equipe, dando motivação e incentivo para que o projeto caminhe.
- O líder pressupõe algumas características pessoais que vão além de um título ou cargo. Normalmente, quando o líder está comprometido com um projeto, ele pensa no objetivo da companhia, através de uma visão sistêmica da realidade, e contribui para que isso se espalhe entre as outras pessoas – explica a diretora de Recrutamento da consultoria Mariaca & Associates, Danielle Sarraf.
Para Flávio Capaz, da Manager, muitas vezes um gerente é obrigado a exercer a liderança, o que não significa que ele vá lidar bem com essa situação.
- É muito cômodo chefiar e muito difícil liderar. Ter o poder é inebriante. Alguns ficam fascinados com isso e depois descobrem que, à medida em que dão as ordens, vão se beneficiando de alguma forma. Liderar é uma grande dificuldade para muitos profissionais; mandar é sempre mais fácil. Só que a liderança é algo que pode ser exercido sem que se tenha subordinados – ressalta.
Um dos aspectos que determinam se um profissional é ou não um bom líder é a forma como ele lida com esse “poder”. Mas nem sempre é assim. Para a gerente de Conteúdo do portal Bumeran RH, Cristina Spera, o comportamento do líder depende também da situação pela qual ele está passando.
- O que é um bom ou um mau líder? Acho que ele é bom ou ruim dependendo do objetivo que queira atingir. Um profissional pode ter sido um mau líder em uma determinada tarefa ou situação, mas isso não significa que será sempre assim – acredita.
Há também outros fatores que podem influenciar no perfil de um líder, como a forma com a qual ele se relaciona com as pessoas de sua equipe. Se ele não estiver preparado para lidar com suas emoções e com as dos outros, pode ser obrigado a enfrentar sérios problemas.  Coaching

quinta-feira, 10 de junho de 2010

As sociedades tidas como “primitivas”, até mesmo “selvagens”, têm mais sabedoria, e, geralmente, uma ligação com a natureza muito mais rica do que a nossa. Somos responsáveis pelo sistema econômico falho, excludente, perverso – que, apesar da crise, surpreendentemente permanece o mesmo – que, visando ao lucro e ao crescimento ilimitado, coloca a natureza como uma ‘pedra no sapato’ para atingir o “desenvolvimento”. Avatar


Avatar aparece num ótimo momento.
Após o fracasso da Conferência do Clima em

Copenhague e no início do Ano da Biodiversidade,


é um brado de alerta sobre nossa péssima

relação com a natureza.

Merece ser assistido pelos belos efeitos e pela

fotografia extraordinária, porém, mais do que

isso, apresenta uma poderosa mensagem

ecológica: o homem precisa restabelecer sua

conexão coma natureza.

Nos fala também de respeito ao próximo,

homem, animal ou floresta, igual ou diferente de

nós.

O espectador é transportado para a lua Pandora,

habitada pelo povo Na’vi, em um universo de

experiências sensoriais encantadoras, com seres

de formas jamais imaginadas, cores reluzentes e

uma natureza exuberante.


Avatar propõe uma discussão pertinente sobre o

futuro do nosso planeta, a Terra.


Inova ao expor a monstruosidade do ser humano,

personificado no cel. Miles, que destrói um

mundo em perfeita harmonia, com uma

brutalidade chocante, em cenas que provocam

indignação.


Mostra a inescrupulosidade do ser humano, até

onde o homem é capaz de chegar para obter

ganhos econômicos.


Quando a árvore-casa dos Na’vi cai, o

desmatamento da Amazônia, da Mata Atlântica,

o derretimento dos polos, a morte dos corais e

dos oceanos, enfim, todas as desgraças

provocadas pelo homem são evocadas.


Vemo-nos atirando contra a natureza, só porque

debaixo dela se encontra um minério valioso,

que, para os humanos, resolveria a crise

energética, uma vez que em 2154 – ano em que a

trama se passa – não existe mais verde na Terra.


Com a Terra arrasada, segue-se a colonização de

outros mundos. Ao mostrar nossa mesquinhez, o

filme pretende atingir o que ainda resta de

consciência ecológica no ser humano.


O nome da lua, Pandora, é significativo. Na

mitologia, Pandora, a primeira mulher criada por

Júpiter, recebe dos deuses, presentes em forma

de dons, como beleza, persuasão e música.


Do marido, Epimeteu, recebe uma caixa contendo

todos os males, com a advertência de não abri-la.

Mas a curiosidade foi maior, e Pandora abriu a

caixa, liberando pragas que atingiram o homem,

restando apenas a esperança.


Pandora não cuidou de sua caixa, e nós não

estamos cuidando do nosso planeta.


Avatar nos adverte: a Terra é nossa caixa de

Pandora. Se não soubermos preservá-la, será o

nosso fim.


O filme é permeado de esperança. Na lua

Pandora tudo está em equilíbrio. Uma árvore da

vida, a deusa Eywa, sustenta as conexões entre

as raízes de todas as árvores e entre todos os

seres.


É uma teia, como as sinapses que ligam os

neurônios em nosso cérebro. Acaso na Terra os

sistemas também não estão interligados? Esse é

o preceito fundamental da ecologia. Como dizia

José Lutzenberger, em seu Manifesto Ecológico

Fim do Futuro: tudo está relacionado com tudo.

Tudo é uma coisa só.


Embora nossa conexão não se realize

diretamente, como ocorre por meio das tranças

dos Na’vi, com os cavalos (Direhorses), animais

alados (Banshee) ou com a própria terra... ela

existe, só que está perdida pelo nosso

afastamento da natureza.


Avatar nos diz que, se quisermos manter o

direito de habitar na Terra, precisamos colocar-

nos novamente em contato com a natureza.


O personagem principal, Jake Sully, consegue se

libertar da cegueira e da ignorância e perceber a

tempo a catástrofe que os humanos iriam

desencadear em Pandora.


Ao entrar em contato com os costumes dos Na’vi,

Jake Sully, aos poucos, vai compreendendo a

importância da harmonia ecológica de Pandora.


Trata-se, além de conhecer os modos de

alimentação e locomoção, de como respeitar a

vida em todas as suas formas.


Quando a jovem princesa Neytiri diz a ele “Eu

vejo você”, ela não apenas vê, mas sente,

percebe e respeita o outro.


Para vivermos em equilíbrio com a natureza e

com nossos semelhantes, é preciso “vê-los”

profundamente.


Um aspecto interessante é que a vida no avatar

passa a ser mais real do que a “vida real”. Isso

pode instigar-nos a questionar: a vida que

levamos atualmente nos proporciona qualidade

de vida? Não está na hora de buscarmos

qualidade de existência?


O filme nos mostra que as sociedades tidas como

“primitivas”, até mesmo “selvagens”, têm mais

sabedoria, e, geralmente, uma ligação com a

natureza muito mais rica do que a nossa.


Somos responsáveis pelo sistema econômico

falho, excludente, perverso – que, apesar da

crise, surpreendentemente permanece o mesmo

– que, visando ao lucro e ao crescimento

ilimitado, coloca a natureza como uma ‘pedra no

sapato’ para atingir o “desenvolvimento”.


O que nos falta, como mostra Avatar, é

envolvimento.


O próprio nome “desenvolvimento” sugere um

desligamento com o envolvimento, uma total

desconexão com a Mãe Natureza, que só gera

desequilíbrio para todos nós.


Estamos cada vez mais desconectados com a teia

da natureza, preocupados em ganhar dinheiro

custe o que custar.


Mesmo que o preço seja a vida dos que ainda não

nasceram ou até mesmo dos oceanos, das

árvores e dos animais, não cogitamos alterar

nossos hábitos de consumo, extremamente

danosos aos recursos naturais, e, muito menos,

mudar nossa matriz energética altamente

poluente.


Ainda há tempo para salvar a Terra, basta nos

reconectarmos.


“I see you!”   “Eu vejo você!”


 Elenita Malta